POLÍTICA E GEOPOLÍTICA
SER DEX É DESPERTAR O LEITOR-ESTADO, POLÍTICA E GEOPOLÍTICA
Para conseguir entender a política e a geopolítica se faz necessário perpassar uma diversidade de leituras. Por onde iniciar a leitura, pode questionar o leitor?
É possível afirmar que a compreensão para compartilhar ideias sólidas e fundamentadas exige dedicação, sobretudo organizar-se para a partida do conhecimento. Seria organizar-se com boas leituras?
A experiência exige um desenho feito nas entrelinhas da vida, é exatamente isto que, ousa-se com este artigo. Além de ousadia, é oportunizar o leitor a fundamentar seu conhecimento, sair do empírico para o científico. Aos já habituados à leitura não seria necessário entoar definições, porém o artigo é para gerar aprendizado e rememorar aqueles que têm conhecimento apenas na prática, isto é, no empírico. Sem a teoria a ciência é vazia. A teoria e a prática são fundamentais para um despertar com conhecimentos seguros?
Definição simples de política. Dicionário comum: é um substantivo feminino - ciência de governo dos povos. Para compreender a política é indispensável que se compreenda alguns conceitos básicos de Estado, Povo, Território e, sobretudo, compreender um elemento importante que se denomina Poder Político.
Regra geral, os constitucionalistas, os quais são muitos, deixo de citá-los sob a ótica constitucional tanto aqueles mais densos, ou mais práticos, para oportunizar mergulhos cada vez mais profundos, seja do estudante ou do leitor comum, trazem as definições básicas do que significa o estado e seus elementos.
Ao compreender estado como forma de organizar e conduzir, torna-se mais simples compreendê-lo: Estado-Nação; estado como ente da federação nas suas respectivas estruturas interna, de modo a enxergar a política interna a partir de seus entes, entende-se por entes: União, Estados, Distrito Federal e Municípios.
Para melhor compreensão do leitor, ao se referir ao Estado-Nação, sob a ótica de país – observando um conceito mais analítico – isto quer dizer – um estado com a composição, basicamente de três elementos sendo: território, povo e poder político soberano. O elemento físico desta tríade é o território, aquele que define a base geográfica ou do Estado-Nação, ou de cada estado individual que compõe uma nação, ou ainda, minimamente divide-se como União, Estados e Municípios; numa linguagem fácil são geograficamente territórios com as limitações, ou linhas limítrofes a depender da geolocalização definida.
Pode-se afirmar com precisão que o território é o espaço geográfico onde vigem as leis estatais, exatamente o meio pelo qual o estado exerce o poder político.
Convém registrar que ao se referir a espaço geográfico inclui-se o solo, os subsolos, o mar territorial e o espaço aéreo, onde as respectivas leis devem ser obedecidas, a exemplo de respeitar as regras onde se está; seja no Brasil ou noutra nação, há que se compreender a importância de respeitar as regras impostas.
O povo compõe esse estado; povo é condição essencial para existência de um estado. O povo é um conjunto de pessoas, as quais, submetem-se ao denominado poder político soberano.
No mesmo diapasão, não é possível definir política com uma ou duas palavras. Caro leitor, a compreensão política exige um navegar constante em boas leituras para que haja a partir do conhecimento estruturas que serão o leme para o leitor, que ao tomar gosto passa navegar “águas” mais profundas e, então, começa a construir bases sólidas seja para seu cotidiano, ou seja, para ir além servindo ao Estado-Nação, política com retidão. O que se entender por política com retidão?
Sem adentrar às profundidades do tema, no entanto, se quer deixar um espaço de discussão e reflexão o que se faz com boas leituras para compreender política. Cita-se por ocasião do tema Norberto Bobbio que logo na introdução de seu primeiro volume do Dicionário Político I, assim define:
“A linguagem política é notoriamente ambígua. A maior parte dos termos usados no discurso político tem significados diversos. Esta variedade depende, tanto do fato de muitos termos terem passado por longa série de mutações históricas — alguns termos fundamentais, tais como "democracia", "aristocracia", "déspota" e "política", foram-nos legados por escritores gregos —, como da circunstância de não existir até hoje uma ciência política tão rigorosa que tenha conseguido determinar e impor, de modo unívoco e universalmente aceito, o significado dos termos habitualmente mais utilizados. (...) Trata-se porém de um inconveniente inevitável no estado atual do desenvolvimento dos estudos políticos.” (Norberto Bobbio)
Por oportuno, cita-se Platão que em 347 a.C afirmou “Não há nada de errado com aqueles que não gostam de política. Simplesmente serão governados por aqueles que gostam”.
A citação de Platão permanece contemporânea, remete o leitor de forma transparente e lúcida a entender que, se o caro leitor se sente confortável em não gostar e se enche para afirmar que não gosta de política, fique certo! Não há crime tipificado neste sentido. Apenas, não tenha dúvidas caro leitor que tu serás domado, dominado, guiado, manipulado por quem gosta. E, quem gosta e assume a política está fazendo com retidão?
Ainda Platão, filósofo grego, 428-347 a.C, deixou registrado que o preço que o homem de bem paga por não se envolver em política é ser governado pelos mal-intencionados.
São registros transformados em pequenas frases que coloca o leitor à reflexão, aquela que remete a outra construção de pensamento, nada mais é que a filosofia, que permite ser crítico, questionador, para construção do conhecimento. Qual é o seu nível crítico?
Permita-se caro leitor entender a importância da participação na comunidade, à vida coletiva. A política, para Aristóteles, começa no seio familiar, na convivência entre familiares, e depois vai se expandindo para o resto da sociedade. Ainda aqueles que se sinta um eremita, diz daquele indivíduo que foge completamente do convívio social, nem assim não conseguirá escapar da política.
Não se assuste caro leitor, as citações são propositais neste artigo para, com todo respeito, lhe provocar. Retornando com Bobbio em seu Dicionário Político volume I, que não cria dificuldades, ao contrário na introdução deixa o leitor tranquilo ao afirmar que este destina-se ao leitor não especialista, ao homem culto, aos estudantes de segundo grau e nível superior. Cada indivíduo transite no seu linear de conhecimento.
Segundo Bobbio há uma variação técnica de linguagem e significados que se transpõe para o dia a dia, sem esquecer que a palavra ora simples, ora rebuscada traz em si variações intencionais ou não intencionais, por vezes relevantes, outras capciosas. Outrora palavras como: "oligarquia", "tirania", "ditadura" e "democracia", são usadas como termos da linguagem comum e por isso de modo não unívoco.
Técnicas nobres da linguagem política como: “socialismo”, “comunismo”, “fascismo”, “peronismo”, "marxismo", "leninismo", stalinismo” etc. Ficou curioso, caro leitor?
A política como já dito tem várias definições, para clarear as ideias do leitor e, como dito, trazer a leveza textual não é demais dizer que a política de fato tem inúmeras definições, com isso, dada sua complexidade fica difícil resumi-la, meramente num artigo.
Insistente o leitor carece de observar que ela (a política) surge sempre ligada a outros termos, outras ideias ou ações, seja no âmbito interno ou intrínseco da nação; externo ou extrínseco, este amplia o olhar para a geopolítica.
Para levar o leitor à compreensão prática e provocá-lo a refletir, é prudente exemplificar que ao se deparar, por exemplo, com as expressões:
Política fiscal: reflete o conjunto de medidas pelas quais o governo arrecada receitas e realiza despesas de modo a cumprir três funções: a estabilização macroeconômica, a redistribuição da renda, e a alocação de recursos.
Política econômica: sistema econômico brasileiro interno, bem como as relações com a política externa. Simples assim: a palavra política está sempre ligada a outra para identificar a temática.
Como outrora dito, é de difícil explicação já que se relaciona nas mais diversas áreas para as quais se define a direção que a linha política pretende tratar, de modo a construir o conceito mais específico.
Política externa: desempenha um papel fundamental para os países em sua interação com outras nações, ou seja, as relações com outros países. De maneira mais técnica, entende-se que a política externa traz no seu eixo um conjunto de normas e princípios, estratégias e ações que o governo de determinado país passe a interagir com outros países no cenário internacional.
Desta premissa, a política necessita sobretudo de respeito à soberania de cada país, são diversos atores que entram em cena como: relações diplomáticas, comerciais-econômicas, culturais, militares. É o sentir do que no direito se chama segurança jurídica. E, no cenário da política externa todos os países envolvidos têm a obrigação legal de salvaguardar e promover interesses de uma nação que emerge no bojo global.