ECONOMIA
CÚPULA DO MERCOSUL APROVOU US$10 BILHÕES PARA PROJETOS DE INFRAESTRUTURA
Durante a Cúpula do Mercosul, realizada no início de dezembro deste ano no Rio de Janeiro e que reuniu presidentes dos países participantes do grupo, foi anunciado um financiamento volumoso de US$ 10 bilhões (aproximadamente R$ 50 bilhões) para o desenvolvimento de projetos de infraestrutura logística de integração em toda a América do Sul. Desse valor, R$ 22 bilhões deverão ser aplicados no Brasil.
O objetivo dessa iniciativa se baseia em financiar investimentos em obras que facilitem a circulação de mercadorias, além de intensificar a integração econômica entre os países. Os projetos foram agrupados em cinco vertentes prioritárias de integração do Brasil com seus vizinhos, contemplando rodovias, hidrovias, ferrovias, pontes, portos, aeroportos e linhas de transmissão de energia elétrica, entre outros.
Essas cinco rotas de integração e desenvolvimento são as seguintes, com previsão de realização de 124 obras com os 11 Estados fronteiriços:
1- Rota da Ilha das Guianas: inclui integralmente os estados do Amapá e de Roraima e partes do território do Amazonas e do Pará, sendo fronteiriça com a Guiana, a Guiana Francesa, o Suriname e a Venezuela.
2- Rota Multimodal Manta-Manaus: contempla inteiramente o estado Amazonas e partes dos territórios de Roraima, Pará e Amapá, interligando-se por via fluvial à Colômbia, Peru e Equador.
3- Rota do Quadrante Rondon: formada pelos estados do Acre e de Rondônia, por toda a porção oeste de Mato Grosso, com conexões via Bolívia e Peru.
4- Rota de Capricórnio: desde os estados de Mato Grosso do Sul, Paraná e Santa Catarina, ligada, por múltiplas vias, ao Paraguai, Argentina e Chile.
5- Rota Porto Alegre-Coquimbo, abrangendo o Rio Grande do Sul, integrada à Argentina, ao Uruguai e ao Chile.
Como se observa, os valores desse financiamento envolvem todos os projetos voltados para a integração regional e não apenas os previstos para o território brasileiro. No que se refere ao Brasil, os projetos de infraestrutura já constam da nova versão do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), que merece ser acompanhado de perto por toda a sociedade brasileira.
Instituições financeiras da região vão assumir o financiamento do plano. Começando pelo BNDES, serão US$ 3 bilhões (quase R$ 15 bilhões), com o intuito de melhorar a infraestrutura e permitir adensar as cadeias produtivas regionais. Está previsto que a pactuação entre os estados brasileiros vai permitir ainda mais investimentos.
Participarão também do financiamento o Banco de Desenvolvimento da América Latina e do Caribe (CAF), com US$ 3 bilhões; o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), com US$ 3,4 bilhões; e o Fundo Financeiro para Desenvolvimento da Bacia do Prata (Fonplata), com US$ 600 milhões.
Em nota distribuída pela presidência do Brasil, é dito que ‘o foco dessa atuação conjunta serão os projetos estratégicos de infraestrutura de integração logística, incluindo o apoio tanto por meio da disponibilidade de linhas de financiamento como por meio da estruturação de projetos’. Segundo a presidência do BID, a instituição já vem atuando nesse sentido, assim como o BNDES.
Assim, só nos resta então acompanhar, fiscalizar e cobrar a execução dessa boa iniciativa integradora, para que o planejamento saia do papel e, acima de tudo, não se evapore como vem acontecendo em passado não muito distante.