1

OPINIÃO

BRASIL DOS BRASILEIROS?

O Brasil ao longo de seu rico histórico-cultural gerou em sua sociedade, alicerces e valores que constituem seus fundamentos axiológicos. Entre eles estão: a preeminência da pessoa, que como tal, se ergue acima do Estado e, este e a sociedade devem proporcionar a este Homem, as condições de sua auto realização. Em função dessa premissa posta, a liberdade do indivíduo se constitui, culturalmente, valor prioritário na construção da nossa ordem social e de natureza democrática.  No entanto, tal preeminência do indivíduo e sua plena liberdade geraria tensão entre o convívio social. Daí surge a idéia do Bem Comum, que conjuntamente com esta liberdade, teríamos que impor dois outros valores, como a igualdade e a fraternidade para se estabelecer as condições ideais e fundamentais de convívio social e fortalecer uma vontade Nacional

Design sem nome (11).png

Obviamente, que esta colocação acima é superficial e envolve imensos detalhamentos, - que não é de forma alguma objetivo aqui -, mas é material fundamental para ilustrar nossa formação como país/Nação e determinar nossos Objetivos Nacionais e alcançar, acima de tudo, nosso Poder Nacional (formador de um conceito de Estado e seus elementos: Povo, Território e Soberania). Estes três elementos formadores do Estado são indissociáveis e, por intermédio deles, tem-se o Estado como Nação politicamente organizada, sendo seu povo pertencente a um dado território e sua organização em acordo com sua livre e soberana vontade. A ruptura desta estrutura organizacional, ou seja, a quebra desta detenção monopolista dos meios legítimos instituídos ao Estado, somente, nos conduz ao caos da violência e anarquia entre indivíduos, jogando por terra a idéia de garantia da ordem, alicerce este, fundamentado no político-social-jurídico, que tem por missão assegurar que todos os cidadãos sejam iguais perante a lei.

 

A extensão deste parágrafo como introdução - e a princípio, sem uma contextualização (já que é uma conceituação) - será fundamental para que possamos o tempo todo nos remeter a ele, no sentido de compreendermos cada vez mais o tema que será abordado. Da mesma forma, servirá de parâmetro para indicar o contraste e a dimensão da trama que o Brasil vem se envolvendo no caminho de desestruturar sua organização secular como Nação, destituir seu povo de sua própria autoridade (eleitor que é) e identidade, colocando-o em rota de total subserviência de interesses internacionais e, por consequência, a caminho de uma miséria de valores morais, financeiros, bem como, dispondo-o, praticamente, em condição de escravo na realização de seu trabalho. Essa contextualização agora sim tem nome: e se chama Foro de São Paulo.

 

O Foro de São Paulo é uma organização fundada em 1990 por Luiz Inácio Lula da Silva (1945 - Lula, o atual presidente do Brasil) e Fidel Alejandro Castro Ruz (1926-2016, ou tão somente Fidel Castro). Esta organização surge reunindo mais de uma centena de partidos políticos legais (de vários países da América Latina) em aliança com várias organizações criminosas ligadas ao terrorismo, narcotráfico e a indústria do sequestro. Entre as organizações criminosas destacam-se as FARC (1964 - Fuerzas Armadas Revolucionarias de ColombiaEjército del Pueblo) e o MIR chileno (1965 - Movimiento Izquierda Revolucionaria), ambas organizações de viés marxista-leninista e guevarista, que atuam como organizações paramilitares que operam mediante tática de guerrilha, bem como, se identificavam como movimento vanguardista dos setores operários e camponeses. As FARC foi fundada por Pedro Antonio Marin (1928-2008), que posteriormente adotou o nome de Manuel Marulanda Vélez e, conhecido como tirofijo (tiro certeiro) pela precisão com que realizava seus disparos. O MIR foi fundado por Miguel Enríquez Espinosa (1944-1974).

 

Delimitando objetivos principais, dentre tantos outros, os quais o Foro de São Paulo se propõe, é fundamental entender que o foco desta promíscua organização - integrada a partidos políticos, organizações terroristas e grupos narcotraficantes - é formar um bloco socialista de envergadura continental em oposição aos Estados Unidos, a fim de traçar estratégias de ação comum a todos os países que envolvem a América Latina (vinte países) estabelecendo intercâmbio e ação unificada, no esforço de reconquista desta área com base em alicerce que “promete” uma América Latina “livre”, “justa” e “soberana”. Em todos os dezesseis países que chegou a governar, a metodologia aplicada sempre passa pelo aparelhamento do Estado, infiltração no judiciário, limitação das liberdades civis, relaxamento tanto carcerário quanto no combate ao narcotráfico, perseguição da oposição e da imprensa livre. Neste último caso, o termo livre diz respeito à produção de conteúdo que busca de modo independente apresentar os fatos reais e suas análises de causas e consequências. Este tipo de conteúdo, hoje, está praticamente restrito às redes sociais, já que a imprensa tradicional, simplesmente se tornou um instrumento de propaganda que compactua e comunga com a metodologia acima citada, visto que, comprovadamente estes veículos de comunicações tradicionais (rádios, TVs, jornais entre outros) em sua maciça maioria se alimentam de forte aparato financeiro governamental destes regimes.

 

Inacreditável é saber que durante dezesseis anos, jornais, canais de TV, rádios do país inteiro de forma alguma registraram sequer uma nota sobre a existência e atividades dessa organização. As investigações sobre esse fenômeno Foro de São Paulo se deu através do advogado paulista José Carlos Graça Wagner que, por intermédio da coleta de materiais sobre o Foro, como atas dos encontros, reportagens em revistas, fotos dos eventos, entre outros documentos iniciou a “visualização” e compreensão da importância histórica e estratégica dessa organização em 1995. No entanto, somente a partir de 1999, o professor, escritor e filósofo Olavo de Carvalho e seus colaboradores Carlos Felice e Evandro Santos de Albuquerque conseguiram dar inteligibilidade e publicidade a esta organização. Por quase duas décadas o Foro de São Paulo cresceu nas sombras – em segredo – ignorado nos debates públicos, afastado da realidade, o que favorecia seu crescimento como forma de poder, alimentado pela própria invisibilidade, ações aparentemente desconexas e independentes de vários partidos de esquerda, governos de países, organizações criminosas e grupos terroristas da América Latina. Essa invisibilidade tornou-se força motriz na transformação histórica do cenário da América Latina, que, como temática (o Foro) ausente a qualquer atividade cultural da população, tal qual uma engenharia de alienação surge aos olhos atônitos de todos como a maior organização comunista da América Latina, a qual “nunca se viu, no mundo, em escala tão gigantesca, uma convivência tão íntima, tão persistente, tão organizada e tão duradoura entre a política e o crime” (CARVALHO, 2022, p.25).

 

O que a princípio foi apenas um encontro em São Paulo (daí a origem Foro de São Paulo, nome consolidado em 1991, em um segundo encontro na cidade do México) para debater a conjuntura internacional após a queda do muro de Berlim (1989), os planos estratégicos desta estrutura se transformaram em um projeto sem precedente para a integração continental, barganhas de ordens políticas e trocas de experiências entre países e ações de consenso, ou seja, unificadas, para avançar pautas de esquerda na América-Latina. Importante entender que, a partir deste momento, cada encontro do Foro de Sâo Paulo seria estabelecido um Plan de Acción, que seria a coordenação de estratégias de ampla atuação no continente. Em vista todo este complexo “trânsito” já em curso pelo Foro vem as eleições de Hugo Chaves (1954-2013 - Venezuela) – após tentativa frustrada de golpe de Estado em 1992 – que governou a Venezuela de 1999 a 2013, e, Luiz Inácio da Silva (Lula), que governou o país de 2002-2010, em seguida, fez sua sucessora Dilma Vana Rousseff (1947), que governou de 2011-2016, sendo que, neste período, o próprio Lula sempre esteve presente “indiretamente” na administração do governo, e retomou ao poder em 2023 após cumprir pena de um ano e sete meses na prisão e permanece até hoje como governante do Brasil.

No sentido de compreendermos a real situação do Brasil tendo a frente de governo um presidente como Luiz Inácio Lula da Silva é fundamental e suficiente observar os aspectos que constam do seu discurso presidencial de 2 de julho de 2005 na ocasião de celebração de quinze anos do Foro de São Paulo. Como entidade secreta, ou pelo menos como organização invisível, a fim de permanecer nas sombras sem despertar curiosidade popular alguma e propiciando a incapacidade pública de observar a complexidade da habilidade de enganar o povo observa-se em sua fala o seguinte (Lula, 2005, p.2):

 

"Foi assim que nós pudemos atuar junto a outros países com os nossos companheiros do movimento social, dos partidos daqueles países, do movimento sindical, sempre utilizando a relação construída no Foro de São Paulo para que pudéssemos conversar sem que parecesse e sem que as pessoas entendessem qualquer interferência política. Foi assim que surgiu a nossa convicção de que era preciso fazer com que a integração da América Latina deixasse de ser um discurso [...] para se tornar uma política concreta e real de ação dos governantes”.

 

A obscuridade dos atos, o descaso, ou mesmo, desprezo aos reais fatos de interesse público da política nacional, e, o mais grave ainda, a ativa interferência de outras nações latino-americanas na política interna do país (sabe-se lá, senão outras também não latinas) determinando decisões, bem como, rumos de acontecimentos, totalmente fora do conhecimento da opinião pública, instituições de governo, justiça, parlamentos estão claras e luminosamente afirmadas quando, “[...] utilizando a relação construída no Foro de São Paulo para que pudéssemos conversar sem que parecesse e sem que as pessoas entendessem qualquer interferência política [...] era preciso fazer com que a integração da América Latina deixasse de ser um discurso [...] para se tornar uma política concreta e real de ação dos governantes.

Neste mesmo discurso ainda segue dizendo (ibid):

 

Foi assim, que nós, em janeiro de 2003, propusemos ao nosso companheiro Chávez, a criação do Grupo de Amigos para encontrar uma solução tranquila que, graças a Deus aconteceu na Venezuela. E só foi possível graças a uma ação política de companheiros. Não era uma ação política de um Estado com outro Estado, ou de um presidente com outro presidente. Quem está lembrado, o Chávez participou de um dos foros que fizemos em Havana. E graças a [sic] essa relação foi possível construirmos, com muitas divergências políticas, a consolidação do que aconteceu na Venezuela, com o referendo que consagrou Chávez como presidente da Venezuela”.

 

Nota-se novamente o Foro de São Paulo como uma entidade secreta, agora como um “Grupo de Amigos da Venezuela”. No entanto, gravíssimo e sem precedentes na nossa história, o chefe maior do Estado brasileiro afirma categoricamente, que atuou clandestinamente para o Foro em decisões de ordem política de outro país, já como presidente do Brasil e, portanto, isento - ou pelo menos dando a impressão de estar isento -, de qualquer atividade ligada a esta organização. Desta forma, participou e atuou como agente, no sentido de contribuir para produzir resultado do plebiscito de 15 de agosto de 2004 na Venezuela, à margem de qualquer reunião com seus ministérios, bem como, de questões que envolvam a política de relações exteriores brasileiras. Ainda ressalta em suas próprias palavras que “[...] graças a essa relação foi possível construirmos [...] a consolidação do que aconteceu na Venezuela, com o referendo que consagrou Chávez como presidente”. Como se não pudesse piorar ainda mais, descarta seus deveres como presidente da república, quando dispõe sua lealdade aos “companheiros”, submetendo o Brasil às mesmas condições processuais de atuação impostas pelo Foro, pois, afinal, segundo o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a organização e suas interferências às outras nações latino-americanas “só foi possível graças a uma ação política de companheiros. Não era uma ação política de um Estado com outro Estado, ou de um presidente com outro presidente

 

Conforme foi visto anteriormente, para que não parecesse e ninguém entendesse, assembléias dessa organização se deram ao longo dos anos de sua sombria existência, submetendo o Brasil a decisões tomadas por estrangeiros sob o total desconhecimento destas ações por parte do povo brasileiro. Sem contar que nestas reuniões decisórias estavam participantes de organizações supracitadas como o MIR chileno - que atuava no sequestro de brasileiros – e as FARC – narcoguerrilha colombiana, que tinha como parceiro aqui no Brasil, o narcotraficante Fernandinho Beira-Mar, que abastecia o mercado de drogas com cerca de duzentas toneladas de cocaína ao ano no Brasil. É claro que, também, como foi comentado anteriormente, houve uma corrupção de imensas proporções da consciência pública se deu pela cumplicidade de políticos, donos de meios de comunicação, jornalistas, empresários, intelectuais entre outros.

 

O que se observa através deste discurso, passado desapercebido em sua época, e que permanece até hoje, é o inominável desprezo de proporções absurdas à Constituição, às leis, às instituições e todo um eleitorado de um imenso país como o Brasil, concedendo a uma organização repleta de criminosos, como o Foro de São Paulo, autoridade decisória sobre os destinos da nossa nação e de países vizinhos. Comprovadamente, nas próprias palavras do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ressoam no mais alto grau, a abjeção moral a Soberania Nacional. Um presidente coloca acima de seus deveres, uma lealdade a “companheiros”, fazendo com que esse gesto passe em uma longínqua distância aos olhos do seu povo, beirando mesmo a invisibilidade.

           

Lembram do tal Plan de Acción acima? Aí vão dizer: Não, não. Também não é assim! Ninguém vem aqui (Brasil) e sai fazendo o que quer, ou manda em alguma coisa, ou pega o que quer e fica de qualquer jeito! Sempre houve sim, estabelecimentos de pactos, elaboração de estratégias e táticas que se adaptam periodicamente, mediante submissão de governos e partidos às normas do Foro, claro que com total desprezo e descaso dos interesses nacionais.

           

Já de início, antes das eleições do dia 6 de outubro de 2002, o atual presidente da república, Luiz Inácio Lula da Silva, afirma ao jornal francês Le Monde em 2 de outubro (4 dias antes do pleito) que: “A eleição é uma FARSA pela qual é preciso passar para se chegar ao poder” (o grifo farsa é nosso e a entrevista foi concedida ao jornalista Jean-Jacques Sévilla). Em seguida, o mesmo foi eleito no dia 27 de outubro (2º turno das eleições) deste mesmo ano. Começou bem? O que você pensou sobre isso? Na verdade não pensou. Esse era o método. Acima no texto, o propósito do crescimento e fortalecimento do Foro não era a invisibilidade, o crescimento nas sombras à margem dos olhos e do conhecimento da opinião pública e, tendo como ferramenta crucial, a omissão/submissão de organismos como meios de comunicação e etcs, como já foi falado? Os métodos são multifacetados e complexos, não cabendo aqui discussões detalhadas sobre tal. Mas, caso queira compreender melhor ainda a metodologia do processo sugiro leitura do trabalho de David Horowitz e John Perazzo: Do Partido das sombras ao governo clandestino. Já citando o prefácio por Alexandre Borges, este livro expõe o mega milionário George Soros, “O mais poderoso, rico e influente ativista do mundo, que derruba regimes e elege presidentes, que dá o tom das mais importantes discussões da opinião pública mundial atual, [...] raramente discutido, escrutinado ou investigado. Não é distração”. Exemplo rápido e direto: neste momento, escrevendo este texto, Guido Mantega (1949) - acusado de participar de esquema escuso no BNDES por desvio da ordem de trilhões de reais - está sendo sugerido pelo atual presidente Lula ao comando de um dos maiores capitais empresarial do país, a mineradora Vale do Rio Doce. Coincidência ou não, um dos maiores acionistas da empresa é o recém citado George Soros, detentor de 11% das ações (sendo o maior acionista o Capital Group com 12,89%).

           

Continuando o Plan de acción, vamos a alguns fatos. (1) Em 2005, Olivério Medina – terrorista, criminoso, procurado na Colômbia por homicídio, sequestro e contrabando foi preso no Brasil pela Polícia Federal e Interpol – teve negada sua extradição à Colômbia pelo presidente Lula e ainda recebeu status de refugiado político. Na sequência a Ministra da Casa Civil, Dilma Roussef atribui cargo de confiança a esposa do terrorista no Ministério da Pesca. (2) 2006, Evo Morales, líder sindical dos cocaleiros e presidente da Bolívia, tomou por ocupação do seu exército, instalações da refinaria da Petrobrás na Bolívia, para fins de nacionalização da exploração do gás e do petróleo em seu país, encampando um gigantesco patrimônio brasileiro - sem absolutamente qualquer resistência por parte do governo do Brasil -, bem como, em seguida, o Brasil ainda lhe concedeu um empréstimo de U$$ 332 milhões para construção de uma estrada. (3) 2011, Fernando Lugo (presidente do Paraguai) propõe alterar o Tratado de Itaipu e, a então presidente Dilma Roussef, atendendo ao pedido, triplica a taxa anual de energia NÂO utilizada paga pelo Brasil, de U$$ 120 milhões para U$$ 360 milhões. (4) 2013, a mais ousada manobra do Foro, o programa “Mais Médicos”, que financiou uma indústria de “missões humanitárias”, envolvendo vinte países, entre eles o Brasil - que contribuiu com pelo menos centenas de milhões de dólares (pois não há valores publicados). A arrecadação para o governo cubano (sendo Raul Castro – 1931 - o presidente) chegou a U$$ 6 bilhões, colocando os médicos cubanos próximos a um regime de escravidão, já que, a maior parte do dinheiro que ganhavam, ficava com o governo cubano.  

           

Entre outros valores exorbitantes que permanecem ainda imprecisos em valores tem-se: o metrô de Caracas (Venezuela) U$$ 383 milhões, a Via Expressa de Luanda (Angola) U$$ 198,8 milhões, o Porto de Mariel (Cuba) U$$ 641,2 milhões. Segundo o BNDES (www.bndes.gov.br), o Brasil desembolsou entre 2007 e 2015 – alheio aos interesses nacionais – o equivalente a U$$ 10,5 bilhões.

           

Com relação a finanças relacionadas a esquemas de corrupção, iniciadas no governo Lula e continuados no governo Dilma, são considerados os maiores desvios de dinheiro da história da humanidade. Enquanto o chamado “Mensalão” e “Petrolão” se mostravam como ponta do iceberg, os desvios do BNDES pode equivaler a parte submersa do mesmo, o qual, além dos escândalos apresentados no parágrafo acima, foram concedidos em torno de R$ 1,2 trilhões a empresas - consideradas “amigas” – no período de 2007 a 2016 aproximadamente. Obviamente, não cabe aqui descrever, especificar detalhes sequer de um único desses escândalos estratosféricos. Afinal, temos aqui somente um artigo e, a dimensão dessas tramas realizadas, jamais caberia em um só livro. Mas em um resumo simples, temos segundo o MPF: “163 prisões temporárias, 132 prisões preventivas, 1.450 buscas e apreensões, 211 conduções coercitivas, 35 ações de improbidade administrativa, dois acordos de colaboração homologados no Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4), 138 acordos homologados no STF, 533 denunciados, 723 pedidos de cooperação internacional, R$ 4,3 bilhões devolvidos aos cofres públicos, R$ 2,1 bilhões previstos em multas compensatórias decorrentes de acordos de colaboração, R$ 12,7 bilhões em multas compensatórias decorrentes de acordos de leniência, R$ 14,7 bilhões previstos para serem recuperados e R$ 111,5 milhões em renúncias voluntárias de réus. [...] a lava jato custou ao Brasil 3,6% do PIB e até 4,4 milhões de empregos, por conta da paralisação de obras e das atividades das empresas envolvidas nos esquemas de corrupção, entre 2014 e 2017.” (https://www.cnnbrasil.com.br/nacional/o-que-foi-a-operacao-lava-jato/)

           

Se modus operandi basicamente são os elementos funcionais necessários para se ter sucesso em crimes, com o objetivo de não ser capturado, ao que tudo indica, o sistema aparelhado na mídia - a fim de resistir/evitar divulgação desses dados acima apresentados -; e na justiça - já que o acusado e condenado (2017) unanimemente (em instâncias superiores de toda ordem) como chefe desse esquema infindável de corrupção, o atual presidente Lula (preso de 2018-2019) foi “descondenado”  por  meio de um malabarismo jurídico complexo e extenso,  - assunto para um livro ou mais –, saiu da cadeia e assumiu a presidência do Brasil novamente. Nota-se então, a eficácia do método e sua aplicação. A partir desta articulação abre-se um campo fértil para o Foro de Sâo Paulo, que é, sem dúvida, não ter mais necessidade de atuar nas sombras ou escondidos em porões para alcançar seus objetivos. Pois, com a queda vertiginosa da consciência pública ao longo dos anos, a qual, a população já sofria de forma significativa, foi suficiente para apostar na incapacidade do povo em assimilar tamanha/ou inacabável aptidão deste esquema agir com extrema má fé com o erário público, ou com qualquer outra situação de esfera institucional do governo.

 

Conclamação disto - mesmo com todo barulho e repúdio de cidadãos conscientes, além das eleições serem uma FARSA (citado anteriormente) tem-se o ex Ministro da Casa Civil José Dirceu (1946) afirmando que “dentro do país é uma questão de tempo pra gente tomar o poder. Aí nós vamos tomar o poder, que é diferente de ganhar uma eleição” (El Pais, 2018). Como demonstração de força e avanço em seus processos, o XXVI encontro do Foro de São Paulo foi no Brasil (2023), em Brasília e tendo como convidado de honra o ditador da Venezuela Nicolás Maduro Moros (1962), que de acordo com o departamento de Justiça dos Estados Unidos é acusado por liderar “uma organização criminosa de tráfico de drogas com as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC) denominado Cartel de Soles. [...] corromper as instituições da Venezuela, como parte das Forças Armadas, aparatos de inteligência e poderes legislativo e judiciário, para facilitar o contrabando de toneladas de cocaína aos Estados Unidos.” Daí, já se nota o avançado do plano hegemônico em curso na América Latina definindo, sem dúvidas, o Brasil como um promotor e financiador deste projeto. Mas pelo fato de ser presidente novamente, Lula não deveria estar isento e desligado do Foro? Agora é sem sombras e porões. Luzes, câmera e ação.

          

Ainda neste encontro do Foro de São Paulo em Brasília, Lula afirma:

E vocês sabem quantas vezes nós fomos acusados, [...] e quantos ataques pejorativos se faz contra a esquerda na América do Sul. Nós não somos vistos pela extrema-direita fascista, nem do Brasil e nem do mundo, como organizações democráticas. Eles nos tratam como se nós fôssemos terroristas, eles nos acusam de comunistas, achando que nós ficamos ofendidos com isso. Nós não ficamos ofendidos, nós ficamos ofendidos se nos chamassem de nazistas, de neofascistas, de terroristas, mas de comunista, de socialista, nunca. Isso não nos ofende, isso nos orgulha, muitas vezes nós sabemos que merecemos esses ataques. [sic!]

               

Transpondo a frágil e primária construção do texto citado, vale lembrar que tanto nazistas, quanto fascistas, bem como comunistas necessitam do uso do autoritarismo para impor seus regimes. Conseqüência direta disto é a perspectiva de um Estado centralizado e rigidamente controlado, intervencionista tanto na economia quanto no controle da sociedade. Todas essas ideologias têm como única tendência, o totalitarismo. O texto é uma declaração - embora confusa e errônea com as terminologias ideológicas - daquilo que ele se diz ser. Na sequência do discurso, o mesmo aponta o total desprezo com a constituição social, a qual, o país construiu seu sólido alicerce e permanece até hoje, quando continua dizendo que “aqui no Brasil, nós enfrentamos o discurso do costume, o discurso da família, o discurso do patriotismo, ou seja, aqui nós enfrentamos o discurso de tudo aquilo que a gente aprendeu historicamente a combater”. Tem-se agora precisamente a desestruturação organizacional dos hábitos, da tradição, dos costumes daquilo que é a alma e a essência do povo brasileiro. Observa-se então, um grave e irreversível desprezo com a própria construção do país como Nação, indicando a confissão de uma ruptura institucional com tudo àquilo que forma a identidade do povo brasileiro. Já que esta estrutura organizacional será combatida, a tendência é que se caminhe para a quebra dos meios legítimos instituídos ao Estado, provocando o aumento da violência, do caos, pois como foi visto inicialmente são esses meios que promovem a garantia da ordem.

 

Com base em alguns poucos dados comprovados (como estes citados ao longo do texto) seria de se estranhar que cada dia mais o estreitamento entre a criminalidade e as esferas do governo ocorreriam de modo mais explícito e acelerado? Seria “normal” saber que uma senhora conhecida como a “dama do tráfico amazonense” (Luciana Barbosa Farias) foi recebida por duas vezes no Ministério da Justiça por assessores do Ministro da Justiça? E, ainda por cima, como representante estadual do Comitê de Prevenção e Combate a Tortura do estado do Amazonas? (ver Gazeta do Povo, 14/11/2023). Da mesma forma, um ex Ministro da Justiça e atual Ministro do Superior Tribunal Federal (Flávio Dino) entrar no complexo da Maré (conjunto de 16 favelas do Rio de Janeiro) à vontade sem nenhum aparato de segurança, já que, para o tráfico de drogas, se trata de um território proibido para as forças de segurança do estado? Nada disso causa sequer estranheza? (ver em qualquer mídia tradicional ou redes sociais as imagens disponíveis). Será que vamos ver perseguições e capturas de pessoas que se oponham ao modus operandi?

 

Todos os aspectos citados neste texto, com facilidade, seriam considerados uma mera “teoria da conspiração”. Objetivamente, o que vem se tornando claro é que o Brasil não vem tendo mais a representatividade de seu povo. Mas, se realizadas as eleições e seus resultados não representam seu povo, estas mesmas eleições poderiam nos ter sido tomadas? Caso isso realmente prevaleça, teríamos a mesma idéia do significado da frase que bandidos se utilizam após cometerem crimes: “perdeu mané”. Um grupo institucional internacionalizado como o Foro de São Paulo, juntamente com seus sinistros vínculos, se apossou do Estado brasileiro. Revejam o início sobre a liberdade e o Poder Nacional (Povo, Território e Soberania). Fechando este ciclo onde retomamos a origem deste artigo: o povo se encontra em plena liberdade? As instituições brasileiras convivem em harmonia e exercem seus poderes de forma a representarem a organização e decisão do seu povo? Nosso território é nosso mesmo, ou, está sendo negociado pelo preço da cobiça de estrangeiros e interesses alheios àqueles do povo brasileiro? Será que estamos vivendo nossa livre e soberana vontade? Estaria em curso, ou mesmo já ocorreu, uma humilhante transferência da Soberania Nacional para esta entidade/autoridade estrangeira – estranha a população brasileira? O Brasil vem sendo verdadeiramente dos brasileiros?

 

Bibliografia

CARVALHO, Olavo de. O Foro de São Paulo: a ascensão do comunismo latino-americano; organização de Carlos Felice e Evandro Santos de Albuquerque. Campinas, São Paulo. Vide Editorial, 2022.