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OPINIÃO

A DEFESA DA NOSSA AMAZÔNIA-CASO GUIANA

Não é de hoje que questionamos a real missão do Exército Brasileiro (EB) na Amazônia.

 

Girando-se em sentido anti-horário, temos um território francês ao norte, um país falido (Venezuela) que joga seus nacionais para o Brasil via Roraima-Manaus, três países (Colômbia, Peru e Bolívia) no topo da produção e exportação de drogas, e vamos incluir aí o Paraguai, com contrabandos e descaminhos em abundância, aí incluídas armas e munições.

 

Soma-se o total abandono proposital do Estado brasileiro sobre aquela área, com narrativas sempre maliciosas e ausência de verdadeiras políticas e ações públicas.

 

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A região Norte vive um verdadeiro caos na segurança pública, uma imensa narco região.

 

Mas Segurança e Defesa não são coisas diferentes? Doutrinariamente sim, mas na prática elas se permeiam. Basta ir à Amazônia e constatar essa afirmação.

 

Sem esgotar o assunto, mas fica uma possível reflexão…

 

E o caso Guiana?

 

Os planejamentos do EB existem (e são bons), mas tirá-los do papel não é algo fácil e rápido.

 

As Forças Armadas têm um orçamento de 1,3% do PIB (deveria estar na casa dos 2,0%); e exemplos negativos são vários.

 

O SISFRON se arrasta no tempo; os blindados sobre rodas ganharam a família Guarani, que também segue em marcha lenta; os blindados sobre lagartas (material Leopard) seguem pro cemitério; a artilharia de campanha ainda se baseia na II GM (materiais 105 e 155mm auto rebocado; mas que bom que existe a dissuasão com o sistema nacional Astros); a artilharia antiaérea de baixa altura é pífia, e a de média altura inexiste; os helicópteros sofrem modernização, mas os de maior capacidade têm uma vida útil muito curta; os ataques cibernéticos ocorrem aos milhares; a logística precisa sair das planilhas para a inteligência artificial; e por aí vai…

 

Ah, esses apontamentos não saíram da mente de um espectador, mas foram repetidamente ditos pelo Ministro de Defesa e pelos três Comandantes em audiências no Congresso Nacional (Marinha e Força Aérea também possuem situação semelhante, ou até pior).

 

Mas o Brasil está na América Latina – AL (ou América do Sul), num continente pacífico e longe das centenas de conflitos que ocorrem mundo afora (UcrâniaxRússia e IsraelxHamas são apenas dois dos principais exemplos).

 

Mas e o narco conflito?

 

Mas e a inquestionável riqueza existente na nossa Amazônia?

 

Mas e os governos ditatoriais existentes na AL, com arroubos de nacionalismos que podem se espalhar pela região?

 

E aí voltamos a perguntar: como fazer a defesa (e segurança) do Brasil, em especial na gigantesca Amazônia brasileira?

 

E não esqueçamos que, nos 27 estados e nos 5.570 municípios deste Brasil, a guerra diária é totalmente real; basta ver o número de baixas em qualquer site de pesquisa…